HOSPEDAGEM: Nova portaria do Ministério do Turismo faz a hotelaria reforçar necessidade de equilíbrio entre operação e sustentabilidade
Mão de obra especializada é destaque no melhor atendimento
TEXTO: Camejo Comunicação
FOTO: Divulgação
ILUSTRAÇÃO: ChatGPT
NOTA DA REDAÇÃO CANAL39:
O texto abaixo, muito bem produzido pela Camejo Comunicação, destaca o cuidado de uma rede de hotelaria no tocante ao melhor modo de atender à demanda turística enquadrando-se às normas estabelecidas por Lei. Notável é a percepção de um detalhe muitas vezes deixado em segundo ou terceiro plano pelos gestores de meios de hospedagem: o profissionalismo da equipe de atendimento, destacadamente camareiras, além da indispensável logística a ser repensada para entregar, sempre, o melhor de capacidade receptiva.
Por outro lado, importante abordagem sobre a necessidade da empatia a ser preponderante entre as partes e protagonistas.
Rede Master de Hotéis defende que a regra das diárias de 24 horas deve ser entendida como oportunidade de conscientização para práticas sustentáveis sem abrir mão da qualidade e do bem-estar dos hóspedes e alerta sobre os desafios estruturais que a hotelaria enfrenta.
A nova Portaria nº 28/2025, publicada pelo Ministério do Turismo, definiu que a diária hoteleira equivale a 24 horas, mas permite que até três horas desse período sejam destinadas à limpeza e higienização dos quartos. A norma, que entra em vigor em dezembro, já provoca debates sobre como equilibrar expectativas dos hóspedes e a realidade da operação hoteleira.
Para a Rede Master de Hotéis, que administra unidades em Gramado, Porto Alegre e Curitiba, o momento é de diálogo com os consumidores. “O hóspede pode ter a tranquilidade de que sua acomodação será sempre entregue limpa, higienizada e preparada com qualidade. O que precisamos é alinhar expectativas: em determinados períodos, como Natal ou grandes eventos, não é possível que todos os 300 quartos de um hotel sejam limpos simultaneamente em minutos. A portaria traz clareza, mas exige compreensão mútua”, afirma a CEO Lívia Trois.
Segundo ela, o debate também abre espaço para reforçar uma cultura de sustentabilidade, já consolidada nas principais redes hoteleiras do mundo e cada vez mais valorizada pelos viajantes. “O cliente sempre terá direito à limpeza completa, mas pode escolher não trocar diariamente toalhas ou enxoval, se desejar. Essa decisão, que é totalmente voluntária e respeitada pelo hotel, tem um impacto ambiental real. Cada toalha ou lençol que deixa de ser lavado diariamente representa uma economia significativa de água, energia elétrica e produtos químicos. Estes recursos, poupados em larga escala, fazem diferença para o planeta. Em uma única temporada, essa redução pode significar milhares de litros de água poupados e menos emissões associadas ao tratamento de resíduos. Quando o hóspede entende isso, ele se torna parte ativa de uma rede de responsabilidade compartilhada. Sustentabilidade não é discurso, é uma atitude diária, de pequenas escolhas, que beneficia todos nós, o meio ambiente, os profissionais que trabalham na hotelaria e as próximas gerações”, completa.
Além do ajuste de expectativas, a executiva lembra que a hotelaria vive um desafio estrutural: a dificuldade de contratar mão de obra qualificada, especialmente em funções como camareira. “Hoje existem centenas de vagas abertas em redes de todo o país e menos profissionais disponíveis para preenchê-las. A pandemia, as mudanças no mercado de trabalho e até os eventos climáticos recentes agravaram essa escassez. E é justamente aí que a nova portaria exige ainda mais atenção: se o período de até três horas entre uma hospedagem e outra é o tempo previsto para limpeza e higienização, ter equipes reduzidas torna essa rotina ainda mais desafiadora. Precisamos valorizar e qualificar quem trabalha na hotelaria, investir em tecnologia e, ao mesmo tempo, incentivar o engajamento do hóspede em práticas sustentáveis, porque o equilíbrio entre qualidade, prazo e responsabilidade ambiental depende de todos”, destaca Lívia.
A CEO da Rede Master de Hotéis ressalta ainda que a janela de três horas prevista na portaria deve ser encarada como uma aliada. “Não se trata de retirar direitos, mas de organizar fluxos de forma responsável. O que defendemos é qualidade com sustentabilidade e isso só se alcança com clareza na comunicação, engajamento do consumidor e valorização dos profissionais que tornam a experiência possível”, conclui.