EDITORIAL: O protagonismo da iniciativa privada
(Ou: qual é o valor do seu negócio?)
De todas as nossas caminhadas pelos espaços de vivenciar turismo, experimentar sabores, conhecer empreendimentos, conhecer novos atrativos, compartilhar conhecimentos, construir pontes de melhor entendimento, dividir palavras e somar conceitos para fomentar o turismo, temos, em nossa bagagem, um tanto bom de ideias sobre valores.
Desde o valor do plantador de insumos para os mais incríveis e saborosos pratos da gastronomia regional até aquele meio de hospedagem que anuncia, e garante, a entrega de um chuveiro magnificamente jorrando água quente para a recomposição da satisfação de podermos descansar refeitos e contemplados pelo bom atendimento, isso nós consideramos como excelência em atendimento.
Dos mais de 50 segmentos do turismo, em um amplo leque de ações, a iniciativa privada é o ente completa e diretamente envolvido com o consumidor de serviços e produtos de qualquer destino turístico, atendendo normalmente aos moradores do mesmo local e se predispondo à prestação do melhor de seu trabalho e conhecimento para acolher visitantes, cujos perfis individuais são, incontestavelmente, diferentes e únicos.
É nesse tempo de bem receber, bem acolher aos turistas, que acontece a comprovação de como o empreendedor da iniciativa privada se prepara, e se comporta, quando atende a um cidadão morador de sua cidade em busca satisfazer suas demandas por bens ou serviços.
O maior patrimônio de um destino turístico, além dos atrativos formatados, das atrações programadas, dos meios de hospedagem, pratos da gastronomia local (típicos ou não), é povo dessa localidade.
Nada mais diferente do que isso.
Se o empreendedor de qualquer cidade entender que seu negócio é um ótimo negócio, capaz de entregar aos moradores o melhor de seu atendimento e qualidade de produtos ou serviços, já terá um bom tanto de razões para investir na praia de se considerar capacitado para o atendimento no trade turístico.
Para isso, é indispensável estar integrado em movimentos pelo turismo da cidade, atualizado diante do sempre evolutivo cenário de novas oportunidades e novas tecnologias, sem desprezar as tradições e características da cidade e da região em termos de motivação e cooperação.
A colaboração na construção da identidade turística de qualquer destino é competência de quem está no front, lendo, entendendo e atendendo aos anseios da população e dos turistas.
Capacitar seu time de colaboradores, prezar pela sustentabilidade, criar mecanismos de inclusão social, adaptar-se às normas e legislações, participar dos órgãos locais instituídos para o fomento do turismo, visitar feiras do segmento são, por exemplo, alguns pontos merecedores da atenção de todos.
A “cara” do turismo de uma cidade depende da visão definida pela iniciativa privada, haja vista o protagonismo ser, indiscutivelmente, de seus integrantes.
À gestão pública cabe a prerrogativa de entregar infraestrutura de atendimento aos munícipes.
Se isso acontece de maneira ideal, o turista terá assegurada a mesma qualidade de prestação de serviços entregue aos cidadãos locais.
O empresariado, sinônimo de “iniciativa privada”, tem a responsabilidade natural de se promover, se destacar, ser competitivo (e não adversário) e, acima de tudo, ter a compreensão, cada um em seu espaço de atuação, da importância de bem gerenciar o melhor negócio da cidade.
Precisa, urgentemente, entender que seu negócio é um dos ótimos negócios da região.
Se isso acontecer, todos ganham.
É essa a receita básica de se trabalhar com o turismo, ferramenta geradora de emprego e renda.
Quer fazer um teste para entender sobre como você entende seu público?
Faça isso: leve para sua casa, e use, o mesmo papel higiênico que fica à disposição de sua clientela.
Simples assim: os valores atribuídos ao seu público serão, sempre, os valores com os quais você considera o seu negócio, a sua marca, os seus produtos.
A melhor iniciativa privada é aquela que não atira seu nome na privada.
Marcos Ivan de Carvalho
Jornalista especializado em turismo, MTE91.207/SP
Membro do Conselho Deliberativo da AMITur (Associação Brasileira dos Municípios de Interesse Cultural e Turístico)
Filiado à ABRAJET-SP (Associação Brasileira dos Jornalistas de Turismo, seccional SP)
Gestor de Turismo pelo IFRJ/MTur/MEC.