ANDAMENTO: Pleito MIT para Pindamonhangaba está pronto para Ordem do Dia

Procedimento regimental identifica Projetos de Lei já avaliados e compatíveis a participar, agora, do processo de ranqueamento.

Em tempo: estive ausente alguns dias por conta de tratamento de saúde. Retorno e sigo, abençoado por Deus.

Sou do tempo de vender pirulitos no campo da Ferroviária, malhar o Judas, pescar no Paraíba, trabalhar e ouvir a Difusorinha, quando ainda em cima do Milho Verde e ouvir os sermões do Padre João.

Sinto meu segundo umbigo enterrado aqui, na querida Pindamonhangaba e, por isso, deixo esse artigo para apreciação de todos, principalmente para quem queira ver ou ter sucesso com o turismo receptivo.

Direto ao assunto:

Desde 19 de março passado o Projeto de Lei 583-2019, apensado ao PL288/2017, o pleito autografado pelo deputado André do Prado objetivando classificar Pindamonhangaba como Município de Interesse Turístico está em poder da Mesa Diretora da ALESP, ao lado de, pelo menos, 50 outros concorrentes, todos prontos para a Ordem do Dia de alguma pauta de sessões.

Isso representa mais um passo para a conquista do direito de merecer repasses do governo estadual para uso exclusivamente destinados ao custeio da execução de projetos fundamentados em discussões junto aos interesses da sociedade, neste caso representada pelo Conselho Municipal de Turismo e cujas falas podem ser, moral e inteligentemente, ampliadas para os diversos setores da economia do trade turístico local.

Num mergulho pela “ficha corrida” desse pleito nos permitimos destacar a data do primeiro protocolo feito pelo parlamentar signatário do PL: ano de 2017.

De lá para cá uma demora excessiva em se tomar providências provocou a perda da, talvez, melhor oportunidade de Pindamonhangaba já estar MIT. As vagas foram completadas três dias antes do retorno da documentação devidamente corrigida à ALESP.

Águas essas passadas, e seis anos após, a cidade disputa a mesma oportunidade.

Algumas recomendações aos diversos setores da administração e órgãos competentes a respeito dessa situação:

- Tenham, idealizem, sejam criativos, discutam, planejem, sejam plenamente conscientes da enorme responsabilidade agora mais despejada sobre cada assinatura de vocês. Não há, aliás nunca houve, oportunidade para comodismo, egoísmo, centralização idiota, arrogância ou medo de avaliarem ideias novas, responsáveis, inteligentes e desprovidas de individualismo.

- Pensem na realidade do município, ainda extremamente carente de soluções para o trade turístico, atualmente vítima de ações marqueteiras ultrapassadas e maquiagem não mais convincente.

- Não é justo alguma autoridade imaginar serem insuficientes os repasses do DADETUR para os Municípios de Interesse Turístico. É motivo de orgulho entender o repasse, feito à luz de projetos específicos para o trade (jamais promocionais político partidários) como o selo de autenticação da classificação.

- Departamento de Turismo e Conselho Municipal de Turismo precisam ser autônomos, devendo o segundo não estar umbilicalmente conectado ao primeiro. Do contrário, perderá sua autêntica identidade como representante maior da iniciativa privada (a chamada sociedade civil). As tratativas precisam ter a marca de via de mão dupla, não devendo ser considerada a possibilidade de, apenas, tudo ficar ao “gosto da gestão”. É preciso entender, definitivamente, o COMTUR não ser “caminho de se ajeitarem as coisas”, resolvendo interesses.

- Para alcançar a gaveta da Mesa Diretora da ALESP, um importante passo antes do grid final dos ranqueados, anunciada foi a realização de um PLANO DIRETOR DE TURISMO, posteriormente REVISADO. Entendam a necessidade desse PDT ser viável a curto prazo, em muitos de seus itens, independentemente da classificação. Traduzindo: a galinha é a única a saber sobre quando o ovo estará disponível e o cozinheiro não pode depender só dela para fazer o prato do dia...

- Organizem, o mais rápido possível, a cidade para ela vir a ser “turisticável”. Limpeza pública, principalmente no centro, remoção de lixo adequada, presença de agentes de trânsito, recuperação de patrimônio (Ex: o Marco Zero, mostrado em diversos city tours, está aos poucos se deteriorando por vandalismo, apesar das câmeras de monitoramento)

- Capacitar setores da iniciativa privada, incentivando aos proprietários de negócios para a orientação aos seus colaboradores como o “plus” adicionado a cada atendimento. Essa ação é simples, com custo zero e motivadora para a maior produtividade do trabalhador. É expandir aquela ideia do posto de gasolina, devidamente atualizada, entendem?

- Até onde a iniciativa privada é considerada como player ou plateia? Até quando o comodismo dos empresários continuará a ser motivo de “carinho” por parte da gestão?

- Uma das principais associações classistas da cidade, a Comercial e Industrial, pode expandir sua prestação de serviços oferecendo capacitação para o Turismo Receptivo aos colaboradores de seus associados.

- Existem, ou pelo menos são citados, dois CITs – Centros de Informação Turística no município. Falta inteligência de marketing para se instalar a indispensável sinalização de como chegar a esses pontos, apesar de um deles estar ocioso no shopping da cidade.

- Acessibilidade, caminhabilidade e capacidade de melhor atender às pessoas com deficiência carecem de visão especializada. Nada, jamais, paliativo. Calçadas, rampas, sinalização tátil e auditiva são detalhes de uma cidade a ser merecedora de classificações para a chegada de visitantes. Hoje, a maior parte dos estabelecimentos comerciais da cidade tem sua precária rampa de acesso projetada para o lado de fora de seus limites, sem nenhuma obediência às Normas Técnicas.

Estes são alguns detalhes a serem, se houver interesse administrativo e do conselho competente, observados.

Da mesma forma pela qual sugerimos aos senhores empresários entenderem o nicho adormecido de virem a contribuir para o aumento da economia por conta do turismo receptivo capacitado.

Finalizando: teria, a secretaria de Finanças de Pindamonhangaba, ao lado da secretaria de Negócios Jurídicos e a equipe de Comunicação (não a agência, mas a equipe local) um planejamento para incentivar a emissão de Notas/Cupons Fiscais com um percentual destinado ao Fundo Municipal de Turismo? (Alguns muitos sonegadores conscientes ou acidentais talvez acordem para isso).

 

Marcos Ivan de Carvalho

Jornalista independente, MTb91.207/SP, especializado em turismo, filiado à Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo; Publicitário MTb6631/SP, gestor de turismo pelo IFRJ.

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